Meus mestres com carinho:

Pierre Auguste Renoir (1841-1919)


 Pierre-Auguste Renoir costuma ser chamado de "o pintor da vida". Ainda que nunca tivéssemos visto um quadro seu sequer, essa bela maneira de se referir a ele seria um forte chamariz para a obra deste homem, tido como uma pessoa alegre e carismática em vida, sempre rodeada de amigos. Renoir nasceu na cidade de Limoges em 1841, filho de costureiros humildes.



Aos quatro anos vai para Paris com a família, e lá passa uma infância feliz. Seu primeiro contato com as artes seria trabalhando como pintor de porcelanas em uma fábrica, atividade que o levou a decidir ser artista profissionalmente. As aulas na Escola de Belas Artes e no estúdio de Charles Gleyre (onde conheceu Monet) eram intercaladas com "sessões" de pintura ao ar livre, geralmente nos parques e bosques próximos a Paris.




Data daí o início das discussões a respeito de uma nova maneira de pintar, numa tentativa de captar nas telas momentos tão passageiros quanto a luz do sol e as sombras: juntamente de Monet, Sisley, Bazille, Degas e Manet, formava-se o grupo que inventaria o Impressionismo. No caso de Renoir, que até gostava de pintar paisagens mas tinha clara preferência por retratar pessoas (fossem retratos de conhecidos ou de cidadãos anônimos), o mundo era composto por ruas reluzentes, muita luz e vida cotidiana. Estes eram os temas preferidos em sua obra.

O artista continuaria "integrando" o grupo dos impressionistas, mas nunca deixou de fazer os retratos que lhe davam sustento. Após viagens à Argélia (influenciado pela obra de Delacroix) e Itália, em 1881 (onde apreciou e se inspirou nos renascentistas, em especial Rafael), volta à França com novo fôlego e decide deixar um pouco de lado a maneira rápida, "inacabada" e impressionista de pintar para retratar personagens mais delineados e severos em quadros como "As Banhistas" (1884/87), com clara influência de mestres do Renascimento.

Algum tempo depois, porém, o artista voltaria ao seu estilo mais característico, mesclando conhecimentos clássicos a cores mais quentes, cenas do dia-a-dia e pinceladas mais livres. Renoir foi casado com Aline Charigot, com quem teve 3 filhos. O segundo deles, Jean Renoir, viria a tornar-se um grande cineasta. Entre seus filmes destacam-se "A Grande Ilusão" (1937) e "A Regra do Jogo" (1939). Tendo vivido seus últimos em Cagnes, na Riviera Francesa, Renoir morreu em 1919, quatro anos depois de sua amada Aline. Mesmo sem conseguir andar ou segurar com firmeza o pincel, o artista continuou pintando até o fim da vida.









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